quarta-feira, 14 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

Distancias percorridas de 16/2 a 4/4 de 2010

Ribeirão Preto- SP Foz do Iguaçu- PR 1080 Posadas-Arg 430 La Paz 1260 Villa Dolores 203 Mendoza 521 Viña Del Mar- Chile 496 Mendoza 462 Gal. Alvear 338 Neuquen 515 Junin de Los Andes 425 San Martin de Los Andes 50 Bariloche 210 Bariloche 118 Esquel 302 Comodoro Rivadávia 590 San Julian 470 Cerro Sombrero 561 Ushuaia 479 Cerro Sombrero 520 Puerto Natales 380 El Calafate 390 Comodoro Rivadávia 1100 Trelew 420 Bahia Blanca 765 Mar Del Plata 529 Buenos Aires 446 Concordia 440 Itaqui- RS 390 Ijui 348 Siberi 152 Capanema 330 Sta. Maria 100 Sta. Helena- PR 80 Marília - SP 840 Ribeirão Preto- SP 270 Total:16.010km
Final da jornada...ou mais um Início Conhecemos muito, vimos muito, e, conhecemos e vimos quase nada do que a natureza nos reserva de grandiosidade, força e beleza nesse mundo de Deus. Convivemos e aprendemos juntos com nossos companheiros de viagem, um pouco mais sobre a natureza humana, sobre o povo latino, tão sofrido e tão gentil. Guardaremos, tenho certeza, para sempre, as imagens, as emoções, muitas, que tivemos nesses dias, esperando que com esse relato, simples, amador, tenhamos levado a todos ao lerem, a vontade e sobretudo a determinação de fazer o mesmo, confirmando quanto é bela, quanto temos que lutar para preservar essa jóia sem preço. Impressionante é ver: A Terra, sua força ao segurar rios, lagos e mares; seu esforço em chegar ao topo, em lanças gigantescas, em aço bruto, indomável, seu tremor, na tentativa de lançar ao alto, o calor de suas entranhas. As Águas, em cores mil: em rosa salgado, em doce azul, em prata, em ouro, em branco, negras às vezes, em tranqüila turqueza, verde-revolta, opaca fervente, branco-azul gelo, como disse o poeta: Planeta-água O Céu! Ora se confundindo com o frio das montanhas, ora nos confundindo com seus 1000 azuis, ora nos cobrindo de vermelho, nos empurrando com seu sopro, nos assustando ao derramar a tormenta, nos acalmando com a bruma da manhã, nos tocando no espelha dágua, nos enfeitando com sol e lua, nos envolvendo com sua beleza infinita!

sábado, 10 de abril de 2010

27 a 31/03/2010 Itaqui/.......Santa Helena, Paraná

Como agora estamos sós, curtimos as “férias’ a dois, resolvemos conhecer a região oeste do RGS, com boas estradas, muito verde por todo lado (muito bom), muitos rios e lagos, cultivos de soja, milho, amendoim; região próspera, produtiva. Entramos em São Borja, lembrando ser cidade bem conhecida, sem atentar por que. Fomos a um lavador dar um banho no mH. Ali, conversando com a proprietária, no perguntou se havíamos ido ao cemitério, ao que respondi: o que tem lá de bom, alem de defuntos, brincando com ela, ao que me respondeu: “Não conheces as história do Brasil, educada, mas um pouco severa; Aí me lembrei, mas já era tarde, havia subestimado o patriotismo de uma senhora gaúcha. Para me redimir, lá fomos nós tirar fotos nos túmulos de Getúlio Vargas, João Goulart e de quebra o bom Brizola, gaúchos de são Borja, não esqueçam! Na estrada, visitamos a Comunidade de Caaró, seu Santuário dos 3 mártires, num belo bosque e parque onde há fonte de água dita milagrosa, até lugares para se tomar banho com essa água. Ali comunidade italiana e alemã,se estava preparando uma festa dos idosos, para 700 pratos para o dia seguinte, não ficamos pois ainda não somos idosos. Nas Missões, passamos apenas por Boa Vista, pois já conhecíamos São Miguel, a mais famosa. Passamos muitas cidades, nesse trecho, não vamos detalhar, pois não é um roteiro comum para essa viagem. Depois de reunidos novamente, chegamos a Santa Helena, para o encontro de Páscoa; muito bem recebidos por todos, amigos de estrada, perguntando tudo sobre a viagem, terremotos e afins. Bela festa, essa que é feita anualmente pelos Estradeiros, às margens de Itaipu, encerrando com chave de ouro nossa aventura, que totalizou 16.000 kilometros pelo sul da América Latina.

26/03/2010 Concórdia/ Paso de Los Libres/ Uruguaiana

Saímos às 8h, todos de bom humor e o sol tinindo; RUTA 12 e depois Ruta 14, Entre Rios e Corrientes. A cada acelerada, lá estava a polícia nos parando, parecia piada, mas não era. Logo na 1ª. Multaram o Marsiglia e o Matheus por falta de faixa refletiva na traseira, da seguinte forma: levaram os 2 até a casinha, o Luiz junto chorando para que perdoassem; o guarda mostrou câmeras de filmagem e disse que gravavam áudio também, que tivesse cuidado. O nosso embaixador, então, disse que tinha as faixas consigo e que iria colocá-las nos 2 carros, de 360 pesos cada multa, o guarda mostrou na sua lista que ficaria por 120 pesos cada, ao que o nosso relações públicas mostrou outro parágrafo onde tinha uma multa de 82 pesos, se não poderia ser aplicada aquela, a “autoridade” concordou, lavrou as 2 multas, recebeu na hora e nos liberou com as lindas faixinhas refletivas nas respectivas trazeiras. Mais adiante foi a vez do suporte de moto que o Luiz carrega (levando uma bicicleta velha),; tem que estar a 40 cm do chão, etc. sob o argumento que lá atrás seus “companheiros” haviam até elogiado pois o suporte estava bem sinalizado, com lanternas, faixas refletivas, faixas contínuas, etc, acabou liberado. Isso acho que já foi na Ruta 14, a que mais nos encheu. “Senor, donde vens? –Ushuaia. Para donde vás? –Brasil. Non tienes algo? – o Que? “Plata”, um agladito para nos otros? –Non tengo, se acabaran las platas, pois já bamos adentrar ao Brasil, te agradas de um guaraná antártica? Si, Si, mui bien. E lá se fue um Guaraná legítimo Antártica para uma Autoridad Argentina. Mais um bom recheio de Portunhol legítimo também. Ès mui cômico se no trágico!!! Almoçamos num YPF em Paso de Los Libres, onde o Lu mandou soldar a roda quebrada, abastecemos com o último diesel barato e rumamos a aduana, onde não houve burocracia alguma do lado argent, apenas carimbando os passaportes, e do lado brasileiro nem isso, pois não carimbamos os mesmos na entrada, lá em Foz, então o Brasil não ficou sabendo que ficou sem 9 brasileiros a menos por 45 dias. Entramos em Uruguaiana, onde nos separamos por 3 dias, já que o Lu e a Bel foram a P. Alegre ver a filha, o Matheus e Marsiglia seguiram para Novo Hamburgo, até as fábricas, revisar os carros e nós, Alvim e Maria, seguimos a Itaqui, muito boa cidade, onde dormimos num posto no centro, onde o proprietário tem mH, e nos atendeu muito bem, subindo reto em direção a Santa Helena, indo devagarinho, esperando os companheiros nos alcançarem, para não termos que rodar 700 km, sem necessidade. Lembrando que ao sermos parados, os policiais nos disseram que estavam tolerando nossas faixas refletivas, porque o certo é que sejam as contínuas, iguais as que são usadas em caminhão, como se fossem aquelas fitas zebradas usadas para cercar o trânsito, e que há necessidade de faixas nas laterais também.

25/03/2010 Buenos Aires/ Zarate/ Concórdia

Desistimos do Uruguai desta vez, pois teríamos de dar uma volta muito grande, e zarpamos rumo ao Brasil; Saímos do cais guiados pela “mulhezinha’, meu GPS com dados da Argentina, que nos foi muito útil em diversas ocasiões, embora se perdesse de vez em quando em cidades pequenas ou rutas remotas. Desta vez nos “tirou” da capital muito bem, cidade grande, com trânsito pesado; passamos La Bombonera, enfim, estamos na estrada novamente. Em Zarate, atravessamos a ponte Union muito grande e bonita, suspensa em cabos de aço, por sobre grandes embarcações e paralela a uma linha de trem, rodamos mais um pouco e “Uai!!” a ponte de novo? Era outra ponte igualzinha a 1ª. . Descobrimos que tínhamos atravessado uma ilha através de 2 pontes. Mais um YPF, almoço, combustível (já estamos com saudade do diesel barato) e pronto: RUTA 12 !! a famosa pista de Entre Rios, com seus policiais mais famosos ainda. Fomos parados, documentos, um policial olhando para o outro, como que perguntando: “achou algo?”, Marsiglia e Matheus não tinham faixa refletiva atrás, 50 minutos de conversa e fomos liberados. Parados outra vez, desta vez foi o Luiz, sob alegação que não tinha faixas nas laterais, ele respondeu que tinha 3 lanternas em cada lado e, enfim, fomos liberados. Mais um pouco de estrada e num desvio de terra, devido a obras, um barulho no possante do Lu, a roda rachou, estufando o pneu que roçava nas molas; Paramos num posto a 200m, onde o gomeiro Luiz trocou a roda e seguimos a Concórdia onde dormimos adivinha onde? YPF.com hi-fi, tel e restaurante.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

24/03/2010 Mar Del Plata/ Buenos Aires

7;30h; café, abastec. E... auto pista até Buenos Aires. O sol está forte, a temperatura amena; no canteiro do meio uma garça diferente: corpo branco e asas pretas. De quando em vez, cuidado! Enormes máquinas agrícolas em plena autopista ( em toda região agrícola isso acontece), aliás é uma constante camionetes e carros pequenos puxando enormes carretas de 4 rodas, alguns a mais de 100 por hora; chegamos a ver uma camionete puxando atrás de si mais 3 carros engatados um no outro e por último uma carreta de 4 rodas, ou seja: 5 veículos engatados. Há áreas de descanso muito bonitas ao longo da estrada. Resolvemos atravessar de Buenos Aires ao Uruguai, de ferry boat, já que por terra aumentaria em cerca de 600 km o percurso. Fomos diretamente ao porto, já que alguns já conhecem a cidade e outros preferem vir de avião em outra ocasião, pois é difícil em comboio de 4 mh, e já estamos atrazados na viagem. Nos informaram no balcão, que a saída seria à meia noite, que o custo seria de 370 pesos por veículo, e que só poderíamos estacionar após as 18hs, após desembarque da balsa que estava prá chegar. Às 18;50h fomos comprar ingressos, mas...surpresa: 1.190 pesos por veículo, mais 120 pesos por pessoa, cerca de R$ 750,00 por casal, para uma travessia de 2 horas. Desistimos de ir ao Uruguai desta vez. Arrumamos estacionamento próximo e fomos passear na Calle Florida, belo calçadão onde artesãos, mascates, músicos, boêmios, turistas, se misturam num baile de cores e sons. Depois de algumas “pechinchas”, lanche e fotos, voltamos ao aconchego do lar para mais uma noite de sono.

23/03/2010 Bahia Blanca/ Mar Del Plata

De manhã Martin e M. José vieram se despedir, já que partiríamos logo. Depois de uma pequena balançada, estávamos firmes e unidos, mais felizes até. O grupo quase se separara, uns indo para Mar Del Plata, outros p/ Buenos Aires direto, mas acabamos ficando juntos de coração e de fato. Viagem sem novidades, com vista para o Atlântico, gaivotas no céu, asfalto. Chegamos a Mar Del Plata, à tardezinha, com tempo fechado, rodamos na orla, bonita mas um pouco vazia, já que a temporada está no fim. Pequenas praias, divididas por pedras e em cada uma, séries de barracas simétricamente alinhadas, com cadeiras dentro e só abertas na frente, como se fosse uma feirinha vazia. Os prédios em frente ao mar são muito bonitos, com estilo próprio, muito vidro, acho que para segurar a brisa fria daqui. Cassinos, só os vimos por fora, como em outras cidade que passamos, tudo muito limpo. Lá vai o Marsiglia atrás de isca e o Matheus atrás de mercado. Dormimos numa travessa da orla, onde o piso é um pouco mais plano. Povo: Ao contrário do que achávamos, o povo argentino é muito simpático a nós brasileiros, por onde vamos nos fazem festa, demonstram claramente sua alegria em nos receber; as pessoas param nas ruas para nos cumprimentar, elogiam nossas casitas “muy hermosas”, diferentes das suas, que são em grande quantidade, porém antigas demais, ou adaptadas demais, ou mal conservadas demais. São muitas, muitas mesmo, como são muitos os campings, onde vão sempre, nem que seja para passar o dia, em suas próprias cidades. Já o chileno nos pareceu um pouco sério demais, com ar fechado, respondendo com meias palavras, embora com muita educação, econômico ao nos dar uma orientação sobre roteiro, econômico até no sorriso. Claro que há exceções: vimos argentinos ríspidos e chilenos radiantes; mas convenhamos: bagunceiro, brincalhão, falando alto, como nós poucos há no mundo, os argentinos parecem um pouco. Mesmo em locais de grande mistura de raças, como nos glaciares e Ushuaia, os “outros” paravam para nos assistir, brasileiros.

22/03/2010 Bahia Blanca

Dia de descanso (lojinha p/ as mulheres), mercado, cambio, churrasco de vazio, quilmes e Skol. Uma turma que foi até a cidade, andou 6 quarteirões p/ pegar o bus; Não tendo targeta de ingresso, o motorista mandou os sete entrarem sem pagar, todos aqui sabem que somos estrangeiros, acho que está escrito na testa. O Marsiglia foi até a praia, já que estamos num balneário, onde para chegar na água, se enterra as pernas até o joelho, num barro branco. Mas ele tinha que lavar seus anzóis, já que não o fazia há tempo. Lavou direitinho. Um churrasquinho de vazio (igual a costela sem osso) não faz mal a ninguém, Segurança: Em todos lugares que fomos, principalmente na Argentina., nos alertaram sobre não andarmos sós, não deixar os carros sozinhos; em alguns lugares deixarmos os veículos com uns dos nossos e ir de bus, não exibindo de forma alguma cédulas de $ 100, nem portar camisetas da expedição, não ir por aqui ou por ali; combinar o preço do táxi antes de sair, não dar bandeira nos lugares públicos, com máquinas e filmadoras. Embora ficássemos pouco no Chile, deu prá sentir que seria parecido. Claro que ouvindo assim, dá p/ ficar assustado, mas acho que está igualzinho ao Brasil, nós é que não prestamos atenção. Já estamos de retorno e nada de mal aconteceu a ninguém do grupo.

21/03/2010 Trelew/ Bahia Blanca

Esqueci de dizer que na estrada para Comodoro, de repente, ao olhar para o horizonte à esquerda, notei o sol, magnífico, entre nuvens, quase se escondendo ao fim de mais um dia, mas...quem estava ao seu lado, ali “bem pertinho”?, sim! A lua! Mas não se costuma dizer:”eles são como o sol e a lua, nunca se encontram”. Aí estava o desmentido, creio que é por estarmos “próximos” ao pólo sul. A Maria pegou a máquina correndo, tirou uma foto, mas os dois fugiram prá trás das nuvens, que traziam chuva, mantendo seu segredo. Tiramos a foto, não ficou nítido, mas se atentem que os dois clarões, um é o sol e o outro, lua. Ainda ontem, o Nilo recebeu um telefonema dos companheiros que estavam para trás: O Luiz, ao sair para o acostamento, de rípio, mas “bem feito”, atolou até o eixo, pois havia chovido e o “miolo” do mesmo era um barro só; gritou no px p/o Marsiglia, que estava entrando, sair; ele ainda não tinha parado, e acelerando, conseguiu sair. Depois de muitas tentativas e buscando socorro a 10 km, sem sucesso, “acharam” uma corda grossa num acampamento de obras, onde não havia ninguém, só as máquinas e com ela, o Marsiglia puxou o “possante”; depois disso apareceu uma camionete da segurança, que levou a corda, a pedido, de volta. Mais uma mangueira solta, o Luiz resolvendo e tudo bem! Muita estrada, agora com um pouco de verde, porém sem os animais ao largo, só alguns carneiros. O grupo está cansado, decidimos descansar mais, e achamos um bom camping municipal em Bahia Blanca, um pouco difícil de ajeitar os 4 mh, mas deu certo. Há muitos cães por aqui, 9 ao todo; encontramos um casalzinho de colombianos Martin e Maria José, que tinham rodado 1200 km de moto, e estavam exaustos por causa do vento, muito felezes da vida, o que rendeu muitas risadas em portunhol. Ficaram com o Luiz e o Nilo até 1 da madrugada. Só agora está dando p/ atualizar o blog, e estou colocando fotos desde os 1º.s. Moedas: Um real equivale a dois pesos argentinos, então fica fácil converter. Os preços são baratos comparados com o Brasil, tanto nas comidas, mercado, principalmente no diesel que chegamos a pagar $Ar 2,29 (cerca de R$ 1,15), menos nas frutas e verduras. Já no Chile um real vale cerca de $Ch 250,00 em média, com os preços em geral iguais ou mais caros que no Brasil. Estradas: Ótima surpresa, pois na maioria das estradas asfaltadas, a qualidade do piso é melhor que a nossa, não tendo tantos remendos, nem tantas equipes a fazê-los. Tanto no Chile como na região de Mendoza, e acima de Buenos Aires, Argentina, tivemos pedágios, mesmo em estradas simples, porém poucos e nem de longe aos nossos preços (Arg 1,40 a 22 pesos; Chi equiv a 4 a 8 reais). Claro que pegamos rípio, um cascalho que judia da gente e dos carros, com velocidade média de 30 a 50 km/h, cerca de 40 km próximo a Villa Angostura, 130 km indo a Ushuaia, e 18 km a caminho de Calafate. Fizemos desvios outros para fugir do rípio, sendo que os que pegamos são chamados de rípio principal (melhor); há estradas com rípio secundário (pior). Alguém pode perguntar como pode haver rípio pior ou melhor, quando vierem vão constatar que sim.

20/03/2010 Comodoro rivadávia/ Trelew

Antes das 8;00 h. já estava a caminho da oficina Don Pippo, figura que nunca mais vou esquecer e direi por que: quando notei dias atrás, na estrada, que tinha uma mola quebrada, um pedaço dela estava dependurada pela presilha debaixo do carro. Após indicação no posto, lá estava eu com um pedaço de ferro na mão, diante de um estranho, em país estranho e sem dominar o idioma, pedindo ajuda. Nesses momentos, o que se mais tem em mente é que você está nas mãos do sujeito da oficina. Me apresentei ao Sr. Pippo, um homem de 72 anos, muito simpático, como um brasileiro precisando de sua ajuda. O mesmo me disse, após mandar desmontar, que seria mais razoável trocar a peça inteira, pois a que estava quebrada era adaptada, para sustentar o mH. Preocupado com o preço a ser cobrado, o Sr. disse: fique tranqüilo, vou resolver teu problema, e se não tiveres “plata” resolvo assim mesmo. Ao final, já estando quase montada, paguei cerca de 1400 pesos (700 reais), por um serviço que no Brasil estimamos em R$ 1.000,00 ; isso depois de muita insistência de sua parte p/ que eu seguisse vigem sem pagar, pois não deveria ficar sem dinheiro, e depois já no Brasil, lhe mandasse o pgto.! Pronto! Só vamos ver o outro lado: Ai!!!!, também tinha uma mola quebrada. E agora? -Calma Sr. brasileiro, troco a outra pela metade do preço desta, não vai me cobrir o custo, mas o mais importante é ganhar um novo amigo, e não me pagas agora, senão vais ficar sem dinheiro, para a viagem. Eu tinha pago o 1º. Serviço em dólar, por minha conveniência (US360), e ainda tinha um pouco, acabei pagando mais US180, apesar da insistência do Sr. Pippo em não receber. O Luiz foi testemunha, e se emocionou como eu, da proposta seguinte do Sr. Pippo: “se algum companheiro estiver em dificuldade para conseguir $$, os dólares que vc me deu estão aqui à disposição, é só virem até aqui. Obrigado Sr. Pippo. Tudo isso que acabei de falar aconteceu na ida. Agora na volta cá estou eu para calçar as molas pois o carro ficou baixo; novamente Don Pippo, solícito, disse que resolveria e que nada me custaria, desmontar as molas calçar, curvar e montar, apenas que desse uma “propina” aos funcionários, e que os dólares de alguns dias atrás continuavam ali à disposição dos companheiros que precisassem... Após o almoço, mais deserto, mais retas. Em Trelew, a Cecília procurou por passeios às pinguineiras, mas está fora da temporada, assim como das baleias que é de junho a dezembro. Mais um posto Petrobrás e....boa noite

quinta-feira, 25 de março de 2010

19/03/2010 El Calafate/ Rio Gallegos/ Luiz Pietrabuena/ Comodoro Rivadávia

Acordamos às 7;00 e saímos para a estrada, todos um pouco quietos, acho que é porque iniciamos a volta. Por volta das 9;00 h. decidimos, eu com o Matheus, acelerar mais, ganhando a dianteira até chegarmos a Comodoro, a cerca de 700 km. adiante, uma vez que eu queria resolver o problema da altura das molas ali, e o Matheus comprar os filtros do carro. Deixamos o Luiz e Marsiglia para trás, não parando quase nem para almoçar, já que o dia seguinte era sábado, com a oficina em meio período, e teria que estar lá cedo, ao abrir. Há dificuldade no percurso de se achar postos de serviço, ficando longas distâncias sem eles. Depois de 900 km. Rodados num só dia, com vento, poeira e guanacos, chegamos no mesmo posto de Comodoro em que havíamos pousado dias antes. Só deu tempo de dizer boa noite.

18/03/2010 El Calafate (Perito Moreno)

Embarcamos todos no carro do Matheus e Íris, pois teríamos de voltar a Calafate para seguir viagem. Após mais um pouco de estrada, com folias, chegamos ao Parque, com ingresso a 45 pesos, andamos mais um pouco de mH dentro do parque até um estacionamento, onde se embarca numa van Free, até a entrada dos mirantes. Ao chegar, boquiabertos mais uma vez, o glaciar de perder de vista, com parede de 70 metros de altura, é espetacular, torres de gelo, e entre elas, um tom de azul indescritível, impressionante, parece glacê ou suspiro. Bom...por mais que se tente explicar, não se consegue. Só vendo! Ficamos ali parados em êxtase. Onde estávamos é um mirante numa montanha em frente ao glaciar, separados dele por um vale com um rio ao fundo. Ficamos mais ou menos na altura do mesmo. De repente, se ouve estalos, como se uma lasca gigante de árvore se esteja quebrando. São os blocos de gelo que se rompem e desabam n´água, formando ondas. Maria grita, em contraste com os estrangeiros quietinhos, a não ser alguns argentinos que também se alvoroçam. De volta à van voltamos ao mH, para ir até o embarque do passeio de barco a 4 km. Tal passeio dura cerca de 1 hora; escolhemos o lado sul do glaciar, pois o que se vê dos mirantes é o lado norte. Lá vai o barco de encontro às muralhas brancas e azuis, mas não pode chegar a menos de 300 m., por segurança. Ainda assim, aí é que se tem a exata noção da grandeza e força da natureza, pois agora estamos vendo aquela grandiosidade de baixo para cima, torcendo para que o espetáculo do gelo em pedaços maiores que um caminhão (isso é suposição), se desprendendo da muralha e se lançando abaixo, se repita. E se repetiu: de repente, um estalo e um estrondo, quando vemos, precedida de pedaços menores, uma torre que despenca; maravilhados uns gritam, outros boquiabertos, outros pulam. A torre despenca quase que inteira, e afunda na água como fosse um prédio implodido, levantando-se em seguida, acima da superfície, afundando de novo, formando uma onda. A parte que aparece acima da linha d’agua, é 30% da altura da muralha, ou seja: a massa é estimada em 200m de espessura. Assim terminha o espetáculo para nós. Agora o show vai continuar para outros. Voltamos à casinha, flutuando também, ainda mais que soubemos que há mais uma netinha a caminho, filhinha do Du e da Li. Tchau!

17/03/2010 Puerto Natales/ El Calafate

Saímos de Puerto Natales e já erramos o caminho; íamos saindo pela estrada que chegamos, quando teríamos que pegar a saída para Torres Del Paine. A Cecília deu o alarme e retornamos, pegando o caminho certo. Após um pedaço de estrada ainda no Chile, em Cerro Castillo, passamos pela Aduana Chilena, após 7 km de rípio, chegamos à Aduana argentina, mais 7km de rípio, e pronto! Asfalto de novo! Há que se dizer que o rípio argentino é menos ruim que o chileno. Um pouco de sobe e desce, e chegamos a cidade de El Calafate, que é o nome de uma frutinha da região,experimente o sorvete! De longe parecia um acampamento gigante de empreiteira, com suas casinhas coloridas e baixas, cobertas de telhas de zinco. Chegando mais perto, se atravessa um rio e entra na av. principal, que não sei por que se chama San Martin ( todas av. princ. da argentina têm esse nome). Parece que chegamos a uma rua de Campos do Jordão, muito linda, com lojas de artigos de artesanato em metal e pedras, além de típicos dos nativos, parecendo arte inca. Acho que vimos mais estrangeiros, principalmente europeus, que residentes, nas ruas. É até bonito, ver branquelos alemães, com os bolsos cheios de euros, misturados a mochileiros sem desodorante do mundo todo (mesmo). Tomamos informações na secretaria de turismo, com uma garota falando português, pois já morou no Brasil; Estacionamos ao lado do terminal rodoviário, onde há uma torneira (muito bom!). Passeamos a pé, cambio, mercado, lojinhas, vitrines sofisticadas e...Cama!

16/03/2010 Puerto Natales/

Cedo, bem animados, pegamos a van, com “motorista-guia profissional”, que a princípio me pareceu ser mudo, pois nada falava, nem se apresentou. Depois de um tempo, acabou se soltando um pouquinho; primeiro visitamos um monumento natural (gruta gigante), onde viveu há 12.000 anos o Milodon, um mamífero gigante, parecido com bicho preguiça, em área preservada onde há desenhos rupestres, que não vimos pois era longe. Rumamos à Torres, passando pela casa onde Gabriela Mistral, premio Nobel, inspirou-se para seus poemas. Paisagem indescritível, onde a cor da água dos lagos como a Laguna Amarga, ora parece verde, ora azul, pena que está secando aos poucos, pois não há fonte para abastecê-la como nascentes ou rios; só a chuva quando vem, e a umidade do ar, que é cada vez menor. Passamos outros lagos cada um mais bonito que outro em seus tons variantes de azul. Torres Del Paine, vem do indígena (os há por aqui), e quer dizer Torres Azuis. Granitos gigantes em forma de agulhas, apontando para o céu, cobertos de neve nas encostas, podem ser vistos de muito longe, e difícil de serem alcançados. Após o zigue zague das estradinhas de rípio, chegamos à Portaria do Parque, pagando 45 pesos por pessoa. Mais estradinhas e chegamos num ponto de desembarque, indo a pé até uma “cataratinha”. Difícil foi andar os 150 metros até ela: ventos de “mais de 120 p/ h.”, segundo o guia e segundo as filmagens feitas pelo Luiz. Não dava para andar, o vento nos mandava de volta, jogando pedrinhas em nossos rostos e o óculos da Maria para um lado e as lentes para outro, bem longe. A Bel se segurando na cerca para não voar. O Marsiglia e a Cecília agarrados um ao outro. E o vento cortando todo mundo. Muiiiiittooo BBBOOMMM!!!!! Mais van, e lanche ao ar livre, junto ao camping e hotel na beira do lago Pehue. Lugar maravilhoso, com suas águas cor de prata, refletindo o sol, e as Torres ao fundo, com o vento levantando cristas das ondas que ele mesmo formou, e formando arco-íris. Seguimos mais um pouco até o Lago Grey e seu glaciar que fica um pouco afastado de nós. Gordos de tanta roupa, ponte pênsil sobre o rio Grey, lá vamos nós em busca de mais beleza; encontramos logo, nos picos à volta, claro que com neve! , na praia de pedras redondas, no lago em novo tom de azul, com ice-bergs flutuando ao nosso encontro; até peguei um bocado de gelo! Muita foto e folia, pois o vento nos empurrava, puxava, derrubava. Para ir até o bloco azul mais próximo, tivemos de caminhar um bom pedaço, por sobre pedras pequenas e médias, afundando nossos pés, escorregando muito, e levando “pedradas” do vento. Mas conseguimos!! Exaustos, retornamos pelo dique de pedra, parecendo uma cena de filme, com a caravana fustigada no deserto. Tudo muito bom!! Tudo muito belo!! Apesar das dores nos joelhos, pernas e costas, do frio que matava a Izabel, muitos dormiram na “combi”, terminando o dia na cidade telefonando, lanchando e dormindo numa rua do centro, pois na orla ventava muito. Boa Noite!