quinta-feira, 25 de março de 2010

16/03/2010 Puerto Natales/

Cedo, bem animados, pegamos a van, com “motorista-guia profissional”, que a princípio me pareceu ser mudo, pois nada falava, nem se apresentou. Depois de um tempo, acabou se soltando um pouquinho; primeiro visitamos um monumento natural (gruta gigante), onde viveu há 12.000 anos o Milodon, um mamífero gigante, parecido com bicho preguiça, em área preservada onde há desenhos rupestres, que não vimos pois era longe. Rumamos à Torres, passando pela casa onde Gabriela Mistral, premio Nobel, inspirou-se para seus poemas. Paisagem indescritível, onde a cor da água dos lagos como a Laguna Amarga, ora parece verde, ora azul, pena que está secando aos poucos, pois não há fonte para abastecê-la como nascentes ou rios; só a chuva quando vem, e a umidade do ar, que é cada vez menor. Passamos outros lagos cada um mais bonito que outro em seus tons variantes de azul. Torres Del Paine, vem do indígena (os há por aqui), e quer dizer Torres Azuis. Granitos gigantes em forma de agulhas, apontando para o céu, cobertos de neve nas encostas, podem ser vistos de muito longe, e difícil de serem alcançados. Após o zigue zague das estradinhas de rípio, chegamos à Portaria do Parque, pagando 45 pesos por pessoa. Mais estradinhas e chegamos num ponto de desembarque, indo a pé até uma “cataratinha”. Difícil foi andar os 150 metros até ela: ventos de “mais de 120 p/ h.”, segundo o guia e segundo as filmagens feitas pelo Luiz. Não dava para andar, o vento nos mandava de volta, jogando pedrinhas em nossos rostos e o óculos da Maria para um lado e as lentes para outro, bem longe. A Bel se segurando na cerca para não voar. O Marsiglia e a Cecília agarrados um ao outro. E o vento cortando todo mundo. Muiiiiittooo BBBOOMMM!!!!! Mais van, e lanche ao ar livre, junto ao camping e hotel na beira do lago Pehue. Lugar maravilhoso, com suas águas cor de prata, refletindo o sol, e as Torres ao fundo, com o vento levantando cristas das ondas que ele mesmo formou, e formando arco-íris. Seguimos mais um pouco até o Lago Grey e seu glaciar que fica um pouco afastado de nós. Gordos de tanta roupa, ponte pênsil sobre o rio Grey, lá vamos nós em busca de mais beleza; encontramos logo, nos picos à volta, claro que com neve! , na praia de pedras redondas, no lago em novo tom de azul, com ice-bergs flutuando ao nosso encontro; até peguei um bocado de gelo! Muita foto e folia, pois o vento nos empurrava, puxava, derrubava. Para ir até o bloco azul mais próximo, tivemos de caminhar um bom pedaço, por sobre pedras pequenas e médias, afundando nossos pés, escorregando muito, e levando “pedradas” do vento. Mas conseguimos!! Exaustos, retornamos pelo dique de pedra, parecendo uma cena de filme, com a caravana fustigada no deserto. Tudo muito bom!! Tudo muito belo!! Apesar das dores nos joelhos, pernas e costas, do frio que matava a Izabel, muitos dormiram na “combi”, terminando o dia na cidade telefonando, lanchando e dormindo numa rua do centro, pois na orla ventava muito. Boa Noite!

Um comentário:

  1. Poxa vida que delicia hein? Nada como a descrição do meu pai tb..conseguimos imaginar tudo e até sentir o vento. Imagino que nao estao lendo esses comentarios agora por falta de tempo..por isso escrevo isso pra depois lerem... QUE SAUDADE ARDIDA! Moro em outra cidade e ficamos algum tempo uns dos outros mas parece que pq sei que estao mais longe do que 230 km a saudade aperta com mais forca. Beijo..fico orgulhoso de voces estarem fazendo esta viagem!

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