quinta-feira, 25 de março de 2010
19/03/2010 El Calafate/ Rio Gallegos/ Luiz Pietrabuena/ Comodoro Rivadávia
Acordamos às 7;00 e saímos para a estrada, todos um pouco quietos, acho que é porque iniciamos a volta. Por volta das 9;00 h. decidimos, eu com o Matheus, acelerar mais, ganhando a dianteira até chegarmos a Comodoro, a cerca de 700 km. adiante, uma vez que eu queria resolver o problema da altura das molas ali, e o Matheus comprar os filtros do carro. Deixamos o Luiz e Marsiglia para trás, não parando quase nem para almoçar, já que o dia seguinte era sábado, com a oficina em meio período, e teria que estar lá cedo, ao abrir.
Há dificuldade no percurso de se achar postos de serviço, ficando longas distâncias sem eles.
Depois de 900 km. Rodados num só dia, com vento, poeira e guanacos, chegamos no mesmo posto de Comodoro em que havíamos pousado dias antes. Só deu tempo de dizer boa noite.
18/03/2010 El Calafate (Perito Moreno)
Embarcamos todos no carro do Matheus e Íris, pois teríamos de voltar a Calafate para seguir viagem.
Após mais um pouco de estrada, com folias, chegamos ao Parque, com ingresso a 45 pesos, andamos mais um pouco de mH dentro do parque até um estacionamento, onde se embarca numa van Free, até a entrada dos mirantes.
Ao chegar, boquiabertos mais uma vez, o glaciar de perder de vista, com parede de 70 metros de altura, é espetacular, torres de gelo, e entre elas, um tom de azul indescritível, impressionante, parece glacê ou suspiro. Bom...por mais que se tente explicar, não se consegue. Só vendo! Ficamos ali parados em êxtase. Onde estávamos é um mirante numa montanha em frente ao glaciar, separados dele por um vale com um rio ao fundo. Ficamos mais ou menos na altura do mesmo.
De repente, se ouve estalos, como se uma lasca gigante de árvore se esteja quebrando. São os blocos de gelo que se rompem e desabam n´água, formando ondas. Maria grita, em contraste com os estrangeiros quietinhos, a não ser alguns argentinos que também se alvoroçam.
De volta à van voltamos ao mH, para ir até o embarque do passeio de barco a 4 km. Tal passeio dura cerca de 1 hora; escolhemos o lado sul do glaciar, pois o que se vê dos mirantes é o lado norte.
Lá vai o barco de encontro às muralhas brancas e azuis, mas não pode chegar a menos de 300 m., por segurança. Ainda assim, aí é que se tem a exata noção da grandeza e força da natureza, pois agora estamos vendo aquela grandiosidade de baixo para cima, torcendo para que o espetáculo do gelo em pedaços maiores que um caminhão (isso é suposição), se desprendendo da muralha e se lançando abaixo, se repita. E se repetiu: de repente, um estalo e um estrondo, quando vemos, precedida de pedaços menores, uma torre que despenca; maravilhados uns gritam, outros boquiabertos, outros pulam. A torre despenca quase que inteira, e afunda na água como fosse um prédio implodido, levantando-se em seguida, acima da superfície, afundando de novo, formando uma onda.
A parte que aparece acima da linha d’agua, é 30% da altura da muralha, ou seja: a massa é estimada em 200m de espessura. Assim terminha o espetáculo para nós. Agora o show vai continuar para outros.
Voltamos à casinha, flutuando também, ainda mais que soubemos que há mais uma netinha a caminho, filhinha do Du e da Li.
Tchau!
17/03/2010 Puerto Natales/ El Calafate
Saímos de Puerto Natales e já erramos o caminho; íamos saindo pela estrada que chegamos, quando teríamos que pegar a saída para Torres Del Paine. A Cecília deu o alarme e retornamos, pegando o caminho certo.
Após um pedaço de estrada ainda no Chile, em Cerro Castillo, passamos pela Aduana Chilena, após 7 km de rípio, chegamos à Aduana argentina, mais 7km de rípio, e pronto! Asfalto de novo! Há que se dizer que o rípio argentino é menos ruim que o chileno. Um pouco de sobe e desce, e chegamos a cidade de El Calafate, que é o nome de uma frutinha da região,experimente o sorvete!
De longe parecia um acampamento gigante de empreiteira, com suas casinhas coloridas e baixas, cobertas de telhas de zinco. Chegando mais perto, se atravessa um rio e entra na av. principal, que não sei por que se chama San Martin ( todas av. princ. da argentina têm esse nome).
Parece que chegamos a uma rua de Campos do Jordão, muito linda, com lojas de artigos de artesanato em metal e pedras, além de típicos dos nativos, parecendo arte inca.
Acho que vimos mais estrangeiros, principalmente europeus, que residentes, nas ruas. É até bonito, ver branquelos alemães, com os bolsos cheios de euros, misturados a mochileiros sem desodorante do mundo todo (mesmo).
Tomamos informações na secretaria de turismo, com uma garota falando português, pois já morou no Brasil; Estacionamos ao lado do terminal rodoviário, onde há uma torneira (muito bom!). Passeamos a pé, cambio, mercado, lojinhas, vitrines sofisticadas e...Cama!
16/03/2010 Puerto Natales/
Cedo, bem animados, pegamos a van, com “motorista-guia profissional”, que a princípio me pareceu ser mudo, pois nada falava, nem se apresentou. Depois de um tempo, acabou se soltando um pouquinho; primeiro visitamos um monumento natural (gruta gigante), onde viveu há 12.000 anos o Milodon, um mamífero gigante, parecido com bicho preguiça, em área preservada onde há desenhos rupestres, que não vimos pois era longe.
Rumamos à Torres, passando pela casa onde Gabriela Mistral, premio Nobel, inspirou-se para seus poemas.
Paisagem indescritível, onde a cor da água dos lagos como a Laguna Amarga, ora parece verde, ora azul, pena que está secando aos poucos, pois não há fonte para abastecê-la como nascentes ou rios; só a chuva quando vem, e a umidade do ar, que é cada vez menor. Passamos outros lagos cada um mais bonito que outro em seus tons variantes de azul.
Torres Del Paine, vem do indígena (os há por aqui), e quer dizer Torres Azuis. Granitos gigantes em forma de agulhas, apontando para o céu, cobertos de neve nas encostas, podem ser vistos de muito longe, e difícil de serem alcançados. Após o zigue zague das estradinhas de rípio, chegamos à Portaria do Parque, pagando 45 pesos por pessoa. Mais estradinhas e chegamos num ponto de desembarque, indo a pé até uma “cataratinha”. Difícil foi andar os 150 metros até ela: ventos de “mais de 120 p/ h.”, segundo o guia e segundo as filmagens feitas pelo Luiz. Não dava para andar, o vento nos mandava de volta, jogando pedrinhas em nossos rostos e o óculos da Maria para um lado e as lentes para outro, bem longe. A Bel se segurando na cerca para não voar. O Marsiglia e a Cecília agarrados um ao outro. E o vento cortando todo mundo. Muiiiiittooo BBBOOMMM!!!!!
Mais van, e lanche ao ar livre, junto ao camping e hotel na beira do lago Pehue. Lugar maravilhoso, com suas águas cor de prata, refletindo o sol, e as Torres ao fundo, com o vento levantando cristas das ondas que ele mesmo formou, e formando arco-íris.
Seguimos mais um pouco até o Lago Grey e seu glaciar que fica um pouco afastado de nós.
Gordos de tanta roupa, ponte pênsil sobre o rio Grey, lá vamos nós em busca de mais beleza; encontramos logo, nos picos à volta, claro que com neve! , na praia de pedras redondas, no lago em novo tom de azul, com ice-bergs flutuando ao nosso encontro; até peguei um bocado de gelo! Muita foto e folia, pois o vento nos empurrava, puxava, derrubava. Para ir até o bloco azul mais próximo, tivemos de caminhar um bom pedaço, por sobre pedras pequenas e médias, afundando nossos pés, escorregando muito, e levando “pedradas” do vento. Mas conseguimos!! Exaustos, retornamos pelo dique de pedra, parecendo uma cena de filme, com a caravana fustigada no deserto. Tudo muito bom!!
Tudo muito belo!! Apesar das dores nos joelhos, pernas e costas, do frio que matava a Izabel, muitos dormiram na “combi”, terminando o dia na cidade telefonando, lanchando e dormindo numa rua do centro, pois na orla ventava muito.
Boa Noite!
15/03/2010 Cerro Sombrero/ San Gregório/ Puerto Natales
O galo cantou às 6;30, porque a balsa sairia 8;30 e tínhamos um pedaço de chão até ela, e queríamos ser os primeiros, para não atrasar a viagem.
O dia está frio, mas ensolarado. Pegamos a balsa, já velha conhecida, rodamos mais um pouco e passamos por placas de aviso à beira da estrada: Cuidado! Campo Minado! Vez por outra, tais avisos nos lembram que há alguns anos, Chile e Argentina ficaram em estado de Guerra, que acabou não acontecendo, e houve a intervenção do Papa (acho que o João Paulo II). Até hoje, chilenos e argentos não se bicam muito. Prova disso é o tal rípio para se chegar ao fim do mundo; o território é chileno e o caminho é p/ Argentina. Não há interesse em melhorias.
Chegamos à Puerto Natales, paramos em frente ao lago, almoçamos em casa, para depois ir procurar local para pernoite, o que foi fácil, em estacionamento público em frente à baía, com muito cisnes por vizinhos; fomos ao centro, distante 4 quadras à procura do maior tesouro por essas bandas: água para nossas caixas. Há 2 postos na cidade, no Esso nem torneira tem, no YPF esperei por 2 horas, 4 telefonemas a superiores, até finalmente nos ser concedida a água. Enquanto aguardávamos resposta, fui a pé para um lado, visitando o terminal da Marinha, o Quartel do Exército, e um embarcador, sem sucesso; a Maria foi p/outro lado, cerca de 6 quarteirões, também, voltou de mãos secas, o Luiz andou toda vizinhança, sem sucesso também. Finalmente a grande notícia: poderíamos abastecer no YPF.
Contratamos uma van para nos levar a Torres Del Paine no dia seguinte, e passeamos na orla, muito bonita em calçadão e bancos, apreciando os cerros à volta, cobertos de neve, paisagem esta que tivemos ao dormir ali, mas, claro com muito vento nos balançando a noite toda. Normal por aqui é vento de 80/90 km por hora.
Bom balanço a todos!!
14;03/2010 Ushuaia/ Rio Grande/ Primavera/ Cerro Sombrero
Saímos um pouco antes dos companheiros, pois mesmo após consertarmos as molas do carro, aqui chamadas “elásticos”, o mesmo ficou ainda mais baixo, pegando, às vezes, no chão ao se passar pelos “lomos”, (na volta vamos calçar), afim de andar bem devagar, já que a pista na saída está irregular.
Aí então, fomos surpreendidos novamente: Começou chover uma chuva que não era chuva, eram floquinhos de gelo, que chamamos neve, os flocos pequeninos, mas, p/ nós que nunca tínhamos visto, é lindo, nossa! Que maravilha!, está nevando bastante, já tem uns 10 cm, e quanto mais subíamos a serra, mais branco tudo ficava: primeiro os barrancos e as plantas e árvores, mais adiante era um caminhão já bem coberto, pois devia ter passado a noite ali, deve ter nevado bastante de madrugada naquele pedaço; logo após, começamos ver as beiradas do asfalto já brancas, depois, todo o leito, ficando apenas uma linha por onde rodavam os pneus. Paramos várias vezes, para fotos, folia e gritos. Pelo rádio eu falava com os demais que vinham logo abaixo, já que era uma serra que estávamos subindo. Maravilha!!!
Agora é o sol, a neve ficou para trás, a emoção é grande e o frio também. Voltamos à Patagônia, deserto, poeira, e...rípio, só 130 km!, parece que a estrada piorou, depois de tanta beleza natural, parece que o deserto fica um pouco sem graça, mas como encanta, os guanacos, os patos, os choikes, os zorros. Vez por outra temos que diminuir a marcha, como se isso fosse possível, buzinar para algum folgado atravessando a maravilhosa pista de rípio! Desta vez, tudo bem com as cazitas, agüentaram o tranco e se acostumaram com o vento.
Chegamos ao mesmo “comedor” da ida, com seu dono esquisito e de fala incompreensível para nós, sorte que sua (acho) esposa, nos socorria. Pedimos a janta, que podia ser escolhida num cardápio, desde fosse aquela que havia. Aliás pedimos sem saber direito o que íamos comer, de certo, apenas que havia uma salada de entrada. Depois veio uma sopa de legume (sem s) com carne, boa por sinal. Ficou a dúvida: há prato principal? Não havia, mas ficamos satisfeitos.
Boa Noite!!
terça-feira, 16 de março de 2010
13/03/2010 Ushuaia
Cedo fomos até o trem do fim do mundo, mas não fizemos o passeio (95 pesos por pessoa), também fomos até o parque, mas a chuva atrapalhou, muito barro e sem condições de andar, alem, do preço (só p/ entrar e tirar foto da placa do fim do mundo, já que não dava para fazer o passeio teríamos que pagar 50 pesos cada. Carimbamos os passaportes com a tarja do fim do mundo na estação do trem.
Fomos em busca do teleférico a 20 km do centro, mas estava cerrado, mas deu p/ fazer folia, pois começou querer nevar, mas logo parou.
Almocamos um cordeiro patagônico e a Maria e a Cecília ficaram sabendo de outro teleférico próximo, 7 km do centro, no cerro Martial, corremos até lá pois já passava das 4 e funciona até 6;30. Fomos eu a Maria o Marsiglia e a Cecília, já que os outros não quiseram ir enfrentar o frio.
Nunca imaginamos que isso iria acontecer conosco:
Subimos nas cadeirinhas e logo começou nevar; com a pressa, nem colocamos toda a roupa própria e de qualquer jeito, descemos na plataforma, seguindo a pé. A neve foi aumentando aos nossos pés, até cobrir todo o chão, depois foi engrossando como um cobertor de gelo. À nossa volta, pequenos flocos caindo do céu, nas árvores algodão como no Natal, olhando para cima era um branco só. Estávamos numa montanha encantada; fizemos guerra de neve, boneco de neve, fotos e mais fotos. Fomos à loucura. Foi muito legal. Até comemos neve.
Descemos com cara de bobos gelados.
Fomos prá cama continuar nosso sonho.
Boa noite!
12/03/2010 Ushuaia
Dia lindo! Um frio!!! Os cerros cobertos de neve a nossa volta, levamos os mH à orla, em estacionamento público, onde acabamos dormindo por 2 noites, sem problemas.
Demos uma volta no centro comercial, contratamos um passeio de catamaran e almoçamos truta. Depois, lá vamos nós deixando a cidade para trás, pouco a pouco, e misturada ao rastro do barco, uma cena de perder o fôlego: a cidade colorida, cercada de neve e névoa, como num conto de fadas, deu vontade de chorar. Nos abraçamos para sentir que aquilo era verdade, não era mais sonho!
Pássaros à nossa volta rodopiando no ar, pequenas ilhotas, cada uma com fauna diferente: ora aves que parecem com nossos patos, ora leões marinhos, ora lobos do mar, mais pássaros nativos, e finalmente lindos pingüins de raça pequena, todos num alvoroço só.
Voltamos encantados com tudo que vimos, o barco tinha capacidade para 180 passag. Mas tinha bem menos. Encontramos mais 4 brasileiros além de nós, mas havia franceses, chineses, alemães, austríacos, americanos, e muito mais.
Corremos pras casitas rodantes, fugindo do vento frio e da chuva.
Quentinhos, fomos dormir...
11/03/2010 Cerro Sombrero/ Rio Grande/ Ushuaia
Seis e trinta, o galo cantou, saímos prá estrada, muito frio!!!!, Começou o rípio (130 km de cascalho), média de 30 km/h, os mH chacoalhando e engolindo poeira; é vento que não acaba mais...
-Marsiglia! Seu toldo está soltando de novo. Não há acostamento, acabamos achando uma porteira onde conseguimos por os mH, com a traseira do Luiz (onde está o suporte de moto) voltada para a lateral do Marsiglia, e os dois virados a favor do vento, senão era impossível fazer qualquer coisa, quanto mais amarrar toldo (lembram das tiras de borracha?). Eu, Luiz e Marsiglia quase congelamos lá fora, além de comer areia.
Chegamos em Rio Grande, a ruta passa pelo meio da cidade; e fomos abastecer de diesel e água, que será a última por aqui com certa facilidade, embora o posto só tenha uma torneira para todos e é pequeno. Lá vai o Luiz reforçar seu toldo que estava querendo abrir; fomos até uma rua de trás, pois na avenida o vento não deixaria. Ficamos um pouco apreensivos de pegar a estrada com tanto vento, mas nos informaram que em baixa velocidade não havia perigo.
A certa altura uma carreta que estava em sentido contrário, foi empurrada pelo vento, com sua trazeira indo para o acostamento, mas o motorista conseguiu traze-la de volta.
Chegamos em Ushuaia, já anoitecendo, com um pouco de chuva.
Não sei se pelo cansaço, ou pela paisagem maravilhosa dos morros e da baia, acabamos não reagindo como queríamos, com gritos e festa, parece que ficamos um pouco anestesiados, só nos recuperando de todo, na manhã seguinte.
Não achamos camping próximo ao centro e dormimos no 1º. Posto que encontramos.
Até amanhã!!
10/03/2010 San Julian/ Comte. Luis Pietrabuena/ Cerro Sombrero (Chi)
Muito frio; 6;30h. sol refletindo na baía, maravilhoso; fotos.
Rodamos cerca de 130 km, nas fazendas a perder de vista, imensidão de ovelhas que se confundem com as moitas de capim, pois são da mesma cor: cor de terra. Muitos guanacos.
Comte Pietrabuena, cidade muito colorida, com um rio no meio.
Mais guanacos nas estradas, aí começam aparecer os choiques, pequena ema, zorros, (pequenas raposas), flamingos e mais cordeiros.
Às 18;35h, chegamos ao estreito de Magalhães, atravessando por balsa, em cerca de 40 minutos, e logo paramos junto a um pequeno comedor (restaurante de estrada), pois não há nada mais por ali. Pedimos umas porções de papas (batatas) fritas, e papamos o cordeiro no mH do Luiz, pois não dava pra ficar lá fora.
O frio nos queimava e o vento cortava. Trancados nos mhs, balanço a noite toda, mas estava tudo bem debaixo das cobertas.
Boa noite amigos!!!
09/03/2010 Comodoro Rivadávia/ Caleta Olívia/ San Julian
Pela manhã, acertos: molas do Alvim, Pneus do Matheus, Correia do Marsiglia, fazer cambio (não é de carro, é de dinheiro), mercado, água, combustível e estrada.
Agora a paisagem é do Atlântico. Estamos a 8m. do nível do mar, para quem chegou a 3200m, imaginem as diferenças de paisagens!
Caleta Olívia também é praiana; na estrada, muitos guanacos, bichos muito estranhos para nós, cabeça de canguru, corpo de cavalo, orelhas de burro, mas no conjunto até que é bonito; vivem em bandos, pastando a pobre vegetação às margens da estrada, que tem cercas de arame, mas eles pulam fàcilmente, muitas vezes atravessando à nossa frente; por isso vimos dezenas deles mortos, no asfalto. É uma cena triste.
Nos campos de quando em vez, lagoas com tons de rosa e lilás e fundo branco; são salares, ou seja: sal à flor da terra. O Luiz quis parar prá conferir e o sal segundo ele é salgado.
Camping em San Julian, Municipal a 5 pesos por pessoa e 10 do veículo, à beira da baia, muito vento e frio, não dava prá ficar fora dos carros, queríamos fazer um churrasco de cordeiro patagônico, mas desistimos, pois só entrava areia em nossa boca e o vento era cortante.
Trancamos as janelas e cama pessoal!!!
08/03/2010 Esquel/ Gdor R. Costa/ Comodoro Rivadávia
Esquel fica num vale, entre montanhas, todas geladas, paisagens muito bonitas.
Após colocarmos aditivo anti-congelante nos radiadores, saímos para a estrada, eram 8;35h.; passando por Gdor. R Costa, começaram as rajadas de vento mais forte, nosso toldo começou a desenrolar e enrolar novamente, mesmo fechado. Lá vai o Luiz de novo, subindo em sua plataforma de moto, para alcançar lá em cima e amarrar tudo com tiras de câmara de ar.
Queria dizer algo sobre isso: se forem sair em aventura como a nossa, seja de mH, carro, moto ou outro meio, não esqueçam tais tiras, que são milagrosas, encanamento, esgoto, janelas, toldos, etc., tudo se ajeita com tal apetrecho, de forma fácil e sem custo.
Vamos embora! E aí, fomos surpreendidos novamente: 200 metros adiante, o toldo do Marsiglia imitou o meu e quis desenrolar também. Lulu! Agora é o meu! Mais algumas tiras e pronto!
Descobri que tinha uma mola quebrada, mas dava para seguir assim mesmo.
Dali a pouco: Bummm!!, estourou o pneu do Matheus, Luiz!!!!
Chegamos na entrada de Comodoro e nos instalamos num Petrobrás onde dormimos. Tchau!!
07/03/2010 Bariloche/ El Bolson/ El Hoyo/ El Maitén,/ Esquel
Logo cedo fui com a Maria à beira do lago que é frontal ao camping, eram 7;30h. e o dia estava radiante, a paisagem é deslumbrante, com a vegetação verdinha, refletindo nágua, e o sol começando surgir dentro do lago, pássaros à nossa volta, parecidos com gaivotas, e um frio de 8 graus. Tiramos fotos com o Luiz e Bel e fomos prá cidade.
Saímos do camping, compramos alguns chocolates, era domingo, com as lojas fechadas, passeamos nas cidade, e estacionamos à beira do lago, onde almoçamos.
Saímos sob sol e 15 graus, com lagos circundados por montanhas e seus cimos de neve, muitos cirprestes, céu azul lá em cima e lá embaixo, no fundo da água cristalina.
A Maria, diante de tanta beleza, ficou emocionada enquanto eu dirigia, e disse que queria que todos filhos, netos e amigos vissem aquilo. El Hoyo, capital das frutas finas, ficou só de passagem.
Passamos pelo canyon de La Mosca, paramos numa tenda bucólica, muito simples, para que sua dona, fizesse um chocolate e café para todos, lá fora uma barraca onde se assava cordeiro e do outro lado da pista um cerro (morro) com a cabeça branquinha de gelo.
Esfriava mais, e as montanhas pareciam que estavam cada vez mais brancas lá no alto.
Passando por El Bolson, localizamos à beira da estrada, uma cervejaria, que tem camping anexo, onde a água é ótima para se beber, coisa rara por aqui, e ainda mais para onde vamos; Quem nos deu a dica foi o Matheus, que já passou por estas bandas em outra ocasião, e nos disse ser essa água extraída do aqüífero Guarany. Com os galões abastecidos, seguimos e passamos por El Maitén, que fica em um vale maravilhoso, todo verde de pastagens, muitas ovelhas.
Retas e retas, às vezes quebradas por uma subida que não é de morro, pois ao se chegar em cima, não há descida a seguir: são altiplanos, que de longe parecem paredes de barragens.
19;45h: estacionamos num posto Petrobrás em Esquel, em frente a um camping; internet e cama!
06/03/2010 Villa La angostura/ Bariloche
Manhã linda! Lagos refletindo o céu e montanhas por toda parte. Achei Angostura mais bonita, todavia não há que se negar que ao redor de Bariloche, circundada pelo lago e montanhas, brisa fria e sol quente, se fica encantado: e os PX funcionando à toda prova, já que o Pancho e o Pepe Legal, Nilo e Luiz, não dão trégua.
Há muitos passeios a serem contratados nas agencias de turismo, mas por ser fora de temporada, muitos não estão disponíveis, outros com custo salgado, e outros distantes, o que levaria muito tempo; fizemos passeio de teleférico até o cerro Catedral, a 2012 m. de alt., uma parte se vai em cabinas fechadas, tipo bondinho, lá em cima se passa para outro de cadeirinhas, muito bonito, com vista dos lagos e cidade ao longe. Há que se notar que esse teleférico é o usado para ir à estação de esqui, no inverno, e agora é usado por fanáticos de bikes, que sobem nas cabines, e há um suporte por fora para pendurar as bikes, descendo pelas trilhas, agora secas, que são cobertas de gelo com até 4m de espessura no inverno. Há uns 12 “tratores’ que “alisam” as pistas de gelo, para ser possível descer.
Hoje é o Dia Internacional da Mulher, por isso encontramos uma caravana feminina, com cerca de 50 carros, todos enfeitados à La Argentina, bem como suas ocupantes, num “rally de Mulheres”, com muita folia e algumas fotos e buzinaço.
Se na chegada a Bariloche foi o Marsiglia mais uma vez à gomeria, por uma Pedrita que furou seu pneu, agora é minha vez, como campeão, de ter um pequeno parafuso encravado na borracha, murchando o “pnemático” bem devagar; para não atrasar os companheiros amanhã de manhã, lá vou à procura de outra gomeria, depois de cerca de 60 km dentro da cidade, com indicações erradas ou não entendidas, 6 gomerias cerradas, e um bom samaritano, que achei numa oficininha, debaixo de um carro de polícia, cheio de graxa, nos “guiou’ por ruas, ruelas e ruelitas até a casa de um gomeiro que??? não estava em casa !!! Pegou um mapa da cidade que temos e indicou outra a cerca de apenas 50 quarteirões dali. Pessoal! Bariloche tem favelas viu!?
Pernoitamos num camping “Petúnia”, muito bom com chalés, barracas, mH, albergue,etc. à beira do Lago, bem arborizado, com muitas barracas, a 30 pesos por pessoa mais 10 do mH.
Enquanto fazíamos “city tour” de gomerias, os companheiros foram a pé jantar próximo. Na cidade há mais 3 campings, mas 2 têm o acesso difícil p/ mH (íngrime).
Já são 23 hs, então.....caminha, que está um pouco frio, uns 8 graus!!
segunda-feira, 8 de março de 2010
05/03/2010 San Martin de Los Andes/ Villa La Angostura
Logo cedo fui trocar os discos de freio pois a luz do painel, indicou problema, Luiz e Marsiglia cortaram os cabelos, nova volta na cidade, com calçadões, flores, prainha e lago, aqui se faz cambio fácilmente, mas cuidado com os horários de atendimento aqui na Argentina: hora da ciesta, das 12;30 às 17;30 em muitos casos, além de encontrarmos bancos que “cerram “ às 13;00h.
Passamos pelos lagos: Lacar, Machonico, Falkners, onde há camping à beira do lago, forração de flores peq. nos lados da pista; “camping natural” maravilhoso, com vários mH; depois vem o Villarino.
Fizemos esse percurso passando pelo ripio, por cerca de 40 km, razoáveis, com muitas obras nas encostas e tratores tirando troncos de árvores caídas. Aqui há florestas de árvores altas, porém muitas estão completamente secas, dizem que por invernos muito rigorosos anos atrás, não sei se é verdade. Lago Espelho Chico, descemos 2 km. até o camping, lindo à beira do lago em região totalmente selvagem, sem luz, mas há uma pontezinha que deu medo a alguns, tendo que desistir de ficar lá.
Já próximos a Angostura, está o lago Puyehue, sem palavras, grandioso como um mar entre as montanhas. Chegamos à cidade, muito linda, com casas, comércio, tudo em construções de madeira, a maioria, sem aparelhar, porém envernizadas, de pinus claro, que é abundante por aqui.
Ficamos num estacionamento gratuito que há no centro, pois a polícia disse que não há risco, pois fazem ronda constante. Já o “pescador sonhador”, Sr. Marsiglia, seguiu 13 km adiante onde há camping à beira do lago, para passar a noite e dar mais um banho nas iscas coloridas, muito bonitas, mas que dão muito trabalho, necessitando de banhos constantes. Mas o danado acertou, pois de manhã, encontramos o casal simplesmente num paraíso, à beira do lago, onde um arroio, chega entre pedras brancas e redondas, de todos tamanhos, com um borburinho que se mescla ao trinar de aves, tendo por fundo a água refletindo o céu, montanhas, e cirprestes.
Daqui ao longe se vê vez ou outra, os picos mais altos cobertos de neve.
Pizza, vitrines, bancos de jardim, e....caminha!
04/03/2010 Junin de Los Andes/ San Martin de Los Andes
Usamos o dia no camping para que nossas paixões, lavassem roupa e cuidassem das casitas andantes, o Marsiglia fez que ia pescar, até tirou licença para pesca na argentina, mas, nem cheiro das trutinhas, em mutirão lavamos os 4 mh, e até nos lembramos de que cores são.
Levantamos acampamento e fomos para San Martin de Los Andes, a 40 km., cidade bem maior, com bom comércio, restaurantes, muitas flores nas ruas e praças, e no fim da av. principal, o 1º. Lago da região dos 7 lagos.
Muito lindo, com uma pequena praia e muitos estrangeiros; já vimos diversos mH e toyotas vindos do velho continente, principalmente Alemanha, um friozinho legal, cerca de 14 graus e mais frio de madrugada. Dormimos no camping Cabanas Del ACA, rede do automóvel Clube da Argentina, com postos, campings, bangalôs, tudo muito organizado; pagamos 30 pesos por pessoa.
Comemos uma pizza de quezo e jumon e fomos pras casitas dormir.
Tchau...
03/03/2010 Neuquén/ Piedra del Aguilla/ Junin de Los Andes
Saímos do posto, após abastecer de combustível e água, que aliás, continua sendo um pouco difícil por aqui, alguns postos não têm nenhuma torneira em todo pátio, nem nas bombas, outros tem apenas uma, mesmo assim, uma aguinha bem fraca. Para beber só comprando de garrafa, mas assim mesmo tem gosto de bicarbonato, salobra. Bendita seja a água brasileira, que tanto desperdiçamos.
Passamos por Piedra, um oásis no deserto, cheia de verde vista de cima, nas montanhas. Nessa região já começam aparecer lagos, muito lindos, verde turquesa, e água cristalina. Paramos num posto Petrobrás e almoçamos uma parrillada, típica da região, mas que não atende ao gosto brasileiro, pois é um assado de carne bovina (um pouco), choriço, cudiguim(uma lingüiça de pele de porco), tripa, rins, e costela de porco, além da nossa lingüiça.
Novamente estrada, com lindos lagos e paisagens, molhamos os pés nas águas geladas, curvas e curvas, agora sim, começa a paisagem da região de Bariloche, muitos cirprestes e árvores de montanhas frias, no caminho encontramos um bando de bichos que acho serem alpacas ou guanacos, depois tentaremos saber o nome certo, para tanto tiramos fotos.
Chegamos a Junin à tardezinha, fomos para o camping Las Islas, à beira de um lindo rio gelado e de correnteza, gozado é que as pessoas daqui fazem das margens quando há um pouquinho de areia (grossa), suas praias, mesmo com frio. No guia “O viajante”, que é muito bom, há indicação de camping municipal, mas não há e os preços encontrados até aqui, são bons, cerca de 20 a 30 pesos (10 a15 reais), mas não os 5 ou 6 pesos descritos no guia.
Fomos a uma carniceria comprar um quarto de cordeiro, mais 2 quilos de vazio, fizemos um bom churrasco, regado a Quilmes, a nova paixão do Luiz, que aliás continua sendo o bombeiro dos mH, desta vez atrás de vazamento no meu carro, provocado pela pneu que estourou lá atrás.
Boa noite, crianças.....
sexta-feira, 5 de março de 2010
02/03/2010 Gal. Alver/ Catriel/ Neuquén
Acordamos um pouco tarde, aguardando loja de pneus abrir, além de banco para fazer cambio e o Luiz pôr mais uma buzina maluca.
Passamos por Catriel, onde começa um terreno mais árido, já um deserto, com vegetação rasteira e seca.
Já estamos na Patagônia; Novo estouro de pneu, já é o meu segundo (não deixem seus pneus com mais de 5 anos no veículo, mesmo que estejam com cara de novos – esse foi nosso erro).
Há muitos poços de petróleo, com aqueles martelões espalhados pelo campo. Mais retas e mais nada ale, de algumas rajadas de vento mais forte.
De repente, ouvi um chiado de pneu furado; Deu um desânimo forte; cheguei a afirmar que voltaria dali, pois os pneus que restaram eram todos novos, e se estavam tendo problemas, não dava pra continuar, mas ao tirá-lo vimos que era um corte no bico, que não tinha nada a ver com o pneu, talvez mal colocado. Queria realmente voltar mas os amigos não deixaram, afirmando que se voltasse, todos voltariam. Agradecidos pela força, lá vamos nós. Obrigado companheiros.
Passamos por Neuquén, parando logo adiante, num posto Petrobras.
Bom sono a todos.......
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